sábado, 26 de fevereiro de 2011

Hypnotic Dance

Não esperava muito daquela festa.
Sempre eram iguais, do começo ao fim.
Entrou, cumprimentou pessoas, pegou uma bebida e foi para a pista de dança.
Enquanto dançava, reparou em algo que a fez crer, ela ainda não sabia por que, que aquela festa não seria como as outras.
Ele estava encostado na parede, sozinho, bebendo uma cerveja alemã.
Nesse momento, seu olhar encontrou o dela.
Ao contrário dos outros, que a temiam, ele a encarou.
Seu olhar era firme, profundo, ninguém nunca a tinha olhado daquele jeito.
Ela sentia algo que não conseguia explicar, mas era bom de sentir.
Perdeu o controle de si mesma no momento que sua música começou a tocar.
Entregou sua bebida a alguém e seu corpo ao ritmo que mais gostava.
Dançava sem deixar de encará-lo por nenhum segundo.
Não podia perder aquele olhar de vista.
Ele pareceu entender o recado.
Terminou sua cerveja e foi até ela.
Ele parece ter se admirado ainda mais com sua beleza quando chegou perto.
Ela não podia conter o batimento frenético de seu coração.
Apresentações foram desnecessárias.
Bastou aquela profunda troca de olhares para que os dois dançassem como se estivessem ensaiando há uma semana.
Ele parecia prever os movimentos dela.
Ela se deixava levar pelo toque suave dele.
Não deixavam de se olhar em nenhum momento.
A sincronia deles chamou a atenção de todo mundo.
Mas eles pareciam pertencer a um mundo particular naquele momento.
Um mundo particular do qual as palavras ainda não faziam parte.
Apenas a música, as luzes e um sentimento mais forte do que eles podiam controlar.

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