quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

V.I.P.

Vadia! Falsa! Cretina! Vagabunda! Duas caras! Filha da puta! Egoísta!

Já fui chamada de tudo isso.
E até de coisas piores.
Você se importa?
Nem eu.
Não me importo com o que as pessoas falam de mim.
Tampouco com o que pensam.
Tenho defeitos.
Muitos.
Muitos mesmo.
Também cometo erros.
Muitos.
Muitos mesmo.
Existem aquelas pessoas que vão sempre me julgar por isso.
Mas existem aquelas pessoas que me amam apesar de tudo isso.
Porque são meus defeitos, junto com as minhas qualidades, que fazem de mim o que eu sou de verdade.
Não me orgulho dos meus erros, nem dos meu defeitos.
Pelo contrário.
Mas apesar de eu tentar concertá-los, é hipocrisia pensar que um dia vou ser perfeita.
Ninguém é perfeito.
Mesmo assim, eu sou feliz.
Sou feliz por não ser perfeita.
Sou feliz por não querer ser.
Sou muito feliz por saber que as pessoas realmente importantes pra mim, gostam de mim desse jeito assim.
Sou feliz até em saber que existem aqueles que me julgam, que me criticam.
Pra perder tanto tempo falando de mim, mesmo que mal, devem me achar importante, né?
Só lamento que a recíproca não seja verdadeira. ;)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hell Chronicles 2

- PAREM COM ISSO! VOCÊS DOIS! POSSO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Bea dizia exaltada.
- Sinceramente, eu também queria saber! Esse idiota me atacou do nada, eu só tô me defendendo! - disse Taylor, depois de deixar roxo o olho de Theo.
- Idiota é a sua mãe, seu desgraçado! Eu vou acabar com a sua vida! Quem é você pra vir procurar a Sam uma hora dessas? Ela não quer nada com você!
- Ah não? Ela não parecia não querer nada do jeito que chegou lá em casa me agarrando ontem!
- O QUÊ??? DESGRAÇADO!!! - Theo dá um soco tão forte que derruba Taylor no chão.
- Theo, pára com isso! Desse jeito você mata ele!
- É essa a minha intenção se você ainda não percebeu! Cadê a Sam? Preciso tirar essa história a limpo com ela! Esse cara não pode estar falando a verdade! Você sabe de alguma coisa?
- Bom, ela..eu não vou te dizer nada até você se acalmar!
- Eu não vou me acalmar!!! Ou você chama ela aqui, ou eu mesmo vou atrás dela!
- Ela não vai vir aqui, Theo! Ela tá com a Becky, e...
- Eu to aqui! Que palhaçada é essa?
- Sam?! Becky, não falei pra você segurar ela lá dentro?
- Eu tentei, mas você a conhece.
- O que diabos está acontecendo aqui? Vocês parecem dois moleques de rua! Taylor, que história é essa?
- Pergunta pro seu amigo aí, porque até agora eu também não entendi nada.
- Sam! O que esse cara tá fazendo aqui?
- Pergunta pra ele. Eu vou lá saber o que ele tava fazendo aqui! A rua é pública, sabe..
- PÁRA DE SE FAZER DE BESTA! VOCÊ SABE MUITO BEM O QUE EU TÔ QUERENDO DIZER!
- Eu não me faço, eu sou.
- Oh my God, Sam! De novo, não! - disse Bea.
- Gente..não é por nada, mas eu acho bom a gente resolver isso lá dentro e...- disse Becky, até ser interrompida.
- Tay..o que tá acontecendo aqui, querido? Por que você tá todo machucado? Quem são essas pessoas?
- "Querido"? Quem é ela, Taylor?
- Bom, eu ia te contar, mas...
- Sou a namorada dele. Daniela, muito prazer! Taylor, quem é ela?
- NAMORADA? Como assim namorada? Quer dizer que eu tava sendo a "outra" esse tempo todo?
- Bom, não é bem assim, mas...
- "OUTRA"? O QUE ESSA VADIA QUIS DIZER COM "OUTRA"?
- PERAÍ! VADIA É SUA MÃE!
- Ai não, mais barraco... - disse Becky, confusa.
- CALEM-SE TODOS! Bom, o fato é o seguinte. Taylor e Sam dormiram juntos noite passada, mesmo sendo comprometido, sendo que Sam não sabia disso. Sabe Deus porquê ele estava passando justamente na nossa porta quando Theo o viu, pensou besteira e partiu pra cima dele. Agora, pra completar o circo, chegou a tal namorada do Taylor pra armar mais confusão. É isso mesmo? - concluiu Bea.
- Exatamente. - disse Taylor, de cabeça baixa.
- Parece que sim, ne! - disse Sam.
- Bom, acho que pra mim já deu. Teremos muito o que conversar em casa, Senhor Taylor. Você vem?
- Vou sim. Sam, eu..
- Cala a boca! Vai embora daqui! Vai pro inferno! Não quero mais olhar na sua cara! Nunca mais!
- Mas..
- SAI DAQUI, SEU IDIOTA!
Taylor sai, na base do grito e de tapas da namorada.
- Ótimo, o show acabou.
- Sam, espera... - disse Theo, puxando-a pelo braço.
- O que foi?
- Como você..pôde fazer isso? Justo esse cara?
- Você não tem nada a ver com isso. Não é meu namorado.
- Mas sou seu amigo! Me preocupo com você! Esse cara não presta! Ele não te ama! Ainda por cima tem namorada! O que você tem na cabeça?
- Nada, provavelmente.
- EU TO FALANDO SÉRIO, CARAMBA!
- Eu também.
- Pra mim não dá mais. Sério! Eu..não quero mais te ver, Sam! Nunca mais.
- Como assim nunca mais quer me ver?
- Nossa amizade acaba aqui. Pra sempre.
- Peraí! Do que você tá falando? Somos amigos desde a infância! Vai mesmo fazer isso comigo por causa de um...ciúme idiota?
- ...Vou.
- Tá bom. Por mim tudo bem! - diz Sam, e sai correndo para dentro do prédio.
- Theo..- diz Bea, preocupada.
- Eu vou embora.

Theo sai andando até sumir da vista de Becky e Bea, que em seguida correm pra casa preocupadas com Sam. Ao entrarem, ouvem apenas o barulho do chuveiro.

- Sam, abre a porta!
- ...
- Sam, é a Becky, abre a porta!
- Tô tomando banho!
- Não tá não. Você só tá sentada embaixo do chuveiro, chorando. Acha que eu não te conheço? Abre essa porta!
- Sam! Abre logo essa porta!! Conversa com a gente! Desabafa! Grita, se quiser! É melhor do que você ficar aí chorando sozinha. - diz Bea, nervosa.
- Eu tô tomando banho. E não saio daqui enquanto não acabar de tomar banho. Vão arrumar o que fazer e parem de me encher o saco!

Becky e Bea saíram da porta.
Becky abriu a geladeira e pegou uma cerveja.
Bea sentou-se no sofá e ligou a TV.
Enquanto isso, Sam estava sentada embaixo do chuveiro. Chorando.

Continua..ou não...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sweet Dream or Beautiful Nightmare?

Estava deitada na sala de casa.
Tudo aparentemente normal, até a porta se abrir.
Por ela entraram minha mãe conversando com uma mulher aproximadamente da mesma idade e, atrás das duas, uma menina cujo rosto eu conhecia.
Logo depois realizei que a mulher com quem minha mãe conversava era a mãe da menina.
Não conseguia não me sentir surpresa: o que diabos elas faziam ali?
No entanto, me contive.
Cumprimentei a todas, agi naturalmente.
Consegui até não ser antipática.
Elas sentaram-se na sala onde eu estava e continuaram conversando entre si, enquanto eu, na minha, continuava tentando entender aquela situação.
As duas visitas levantaram-se fazendo menção de se despedir.
Fui levá-las até a porta.
As mães desceram as escadas conversando, mas a menina não as seguiu.
Parou de frente pra mim e me deu um abraço.
Percebi que algo estava molhando meu ombro.
Eram as lágrimas dela.
-Sinto falta da sua amizade. Sinto falta de você. - ela disse.
-"WTF?" - eu pensei.
Naquele momento, passei a não entender mais nada.
Tudo passou a não fazer sentido nenhum.
Lembro-me de ter pensado:
- "Deus queira que isso não seja um sonho. Não...talvez o melhor é que seja um sonho mesmo."
Aquele alguém que por muito tempo eu chamei de "melhor amiga", voltando aqui assim, do nada, e pra me dizer essas coisas?
O que eram aquelas palavras?
O que eram aquelas lágrimas?
Será que eu conseguiria mesmo retomar aquela amizade tão repentinamente como ela terminou?
Aquelas perguntas não paravam de girar pela minha cabeça.
Até que eu acordei daquele transe momentâneo e respondi:
- Podemos conversar sobre isso um outro dia.
- Sim! Por favor!! - ela respondeu.
Secou as lágrimas, sorriu pra mim e foi embora.
Eu, ainda surpresa, fiquei parada ali por alguns instantes, pensando.

Depois de uma sucessão de acontecimentos estranhos, eu finalmente acordei.
Olhei ao meu redor.
Não estava em casa, mas conhecia aquele lugar.
Era ali mesmo que eu tinha dormido na noite anterior.
- "É, foi mesmo um sonho..." - percebi finalmente.
90% de mim sentiu alívio.
Que bom que foi um sonho.
10% de mim queria que aquele sonho fosse verdade.
Só 10%.
Mas uma coisa não me saiu da cabeça: por que aqueles malditos 10% ainda me perturbam tanto?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Hell Chronicles

- Então você fez de novo, ne?
- ...
- Fez ou não fez?
- Fiz o quê???
- Dormiu com aquele idiota. De novo.
- Ah, isso...
- Por quê?
- Por que o quê?
- Odeio quando você se faz de besta!
- Eu não me faço, eu sou.
- É verdade, me esqueci desse detalhe.
- ...
- Quero saber por que fez isso.
- Não sei, deu vontade.
- O seu problema é esse. Você sempre cede a essas suas vontades, mas sempre acaba se arrependendo depois.
- E você quer que eu faça o que? Vá me confessar? Reze 10 Ave Marias? Peça perdão a Deus?
- Seria um bom começo pra você não ser tão punida no Inferno.
- Você é que deveria se esforçar pra não ir pro Inferno. Pelo menos não teria que te aturar por lá.
- Okay, okay. Já vi que hoje você não tá pra conversa. Só me responde uma coisinha e eu te deixo em paz.
- O que você quiser.
- Por que você faz isso se nem gosta dele?
- Ele também não gosta de mim. Estamos quites.
- Não é disso que eu estou falando, e você sabe muito bem.
- Respondi a sua pergunta. Agora cai fora daqui. Trato é trato.
- Tudo bem. Fique aí com a sua vodka e seus cigarros. Quando você quiser conversar que nem gente, você me procura.
- Amiga..
- O que é??
- Te amo.
- Vá pro inferno.
- Eu vou.

As duas amigas sorriem uma para a outra.
Beatrice se serve de um copo de vodka e vai para o quarto ler um livro.
Ainda preocupada com Samira, que provavelmente dali a umas 2 horas estaria completamente bêbada e deprimida.
Mas sabia que de nada adiantaria falar com ela agora.
Só restava esperar...

2 horas depois...

- Beaaa...Beeea!
- O que é, Sam? Eu tô bem aqui.
- Me desculpa?
- Desculpar pelo que?
- Por eu ser tão idiota..e sempre fazer você aturar minhas idiotices..quer dizer? Por que eu faço essas coisas? Por que eu SEMPRE faço essas coisas? Eu só queria...eu sou ridícula, não sou? Me sinto uma idiota. Eu sou uma idiota. Me desculpa, eu não...
- Chega, Sam! Fica calma! Você não é idiota coisa nenhuma. Só bebeu demais.
- Esse é o problema, eu sempre bebo demais! Sempre cometendo os mesmos erros, duas, três, dez vezes! Já prometi nunca mais ligar pro Taylor, mas eu sempre acabo indo pra cama com ele! Já prometi parar de fumar, e já se foram dois maços só hoje! O que há de errado comigo, afinal?
- Sam...

Bea abraça a amiga.
Sam não diz mais nenhuma palavra.
Apenas chora no colo de Bea até pegar no sono.
Quando era Bea quem quase pegava no sono, a porta se abre num estrondo.

- Cadê a Sam?
- Que susto, Becky! Você quase...
- Acorda ela, rápido! Tem dois caras quase se matando lá em baixo!
- E daí?!
- Daí que conhecemos muito bem. Os dois.
- Ai, meu Deus...

Continua...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Jishou ~Shoujo Terrorist~

Liguei o rádio.
Apertei o play.
Aquele som começou a tomar conta de mim.
Aquele som que eu conhecia muito bem, mas que agora soava diferente.
Aquelas guitarras que faziam a minha cabeça querer sacudir.
Aquela bateria que batia junto com o meu coração, ansioso por pular pra fora do peito.
Aquele baixo que SEMPRE fazia meu sangue ferver, e SEMPRE seria assim.
Aquele vocal que me fazia gritar com ele aquelas letras em japonês que eu sabia muito bem o que significavam, e que cabiam perfeitamente naquele momento.
O meu momento.
Tudo o que eu precisava era aquilo.
Sentir raiva. Ódio.
Gritar a minha tristeza e as minhas mágoas.
Jogar tudo pra fora.
Balançar a minha cabeça sem me importar com o volume que meus cabelos, agora vermelhos, iam tomando.
Me sacudir pela casa inteira ao som de um bom J-rock no volume máximo. Fazia questão de não estar nem aí para os vizinhos, nem para ninguém.
Podia contar nos dedos de uma mão as pessoas que se preocupavam de verdade com o meu bem estar.
Então por que me preocupar com quem não se importava?

Enquanto pulava, gritava, odiava, me deparei com o espelho do corredor.
"Quem é você?"
Lembrei-me de Sofia que respondeu a essa pergunta com seu próprio nome.
Sei muito bem que sou Virginia Garcia Correia.
Mas senti que não era aquilo que o meu reflexo queria saber.
Então eu disse:

"Havia uma ferida em meu peito.
Nela se concentravam todas as minhas dores.
Dores essas que me causavam tristeza, mágoa, lágrimas, stress.
Uma ferida desastrosa.
Até que eu percebi que uma de nós devia morrer.
Ou a ferida, ou eu.
Então a morte chegou..pra ela.
Eu a fechei, e a enterrei.
Junto com ela, matei e enterrei muitas coisas das quais eu não preciso mais.
Tenho consciência de todos os erros que cometi.
Mas sei que nenhum deles muda quem eu sou de verdade.
Aceito o fato de que problemas todos têm, e que eu não fugirei à regra.
Aceito ser repreendida quando errar, pois sei que ainda vou errar muitas vezes.
Mas o que nos move é a investigação de como lidar com os problemas e os erros.
A perfeição não existe.
O Paraíso é uma ilusão.
O que busco é algo mais próximo o possível do equilíbrio.
Porque o meu passaporte pro Inferno já está garantido.
"

Abri um sorriso, satisfeita com o que acabara de dizer.
Recebi de volta o sorriso do meu reflexo, que parecia satifeito com o que acabara de ouvir.
Olhei ao meu redor e sorri novamente.
Suada dos pés à cabeça, cabelos mais cheios que qualquer outra coisa..mas satisfeita. :)

"I'm hurting, I was injured.
I abandoned my past self.
One is aware of the repeated mistakes,
When he is newly reborn.
I closely embrace hope... but even this is a "mistake"

To survive, I pretend to be someone I'm not;
I must kneel before God.
"

(Gianizm Go - Nightmare)

End? NOT!

"Gai, ai, kai, nai - I'll hold onto my freedom.
Gai, ai, kai, nai - I'll break all the rules,
Gai, ai, kai, nai - Cut down all the restraints,
Gai, ai, kai, nai - And rise up cold-hearted.
"

(Gianizm Roku - Nightmare)

And it keeps getting better..;)